quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Pato Donald Botafoguense em 1945

pesquisa de Claudio Falcão

Os tempos são outros, sem dúvida.

Mas temos adiante flagrantes de uma homenagem prestada ao Botafogo pelo C.R. Vasco da Gama, em General Severiano, antes da partida de 14 de outubro entre as duas agremiações, pelo Campeonato Carioca de 1945, que terminaria empatada em 2 a 2, marcando para o Glorioso os atacantes Tim e Lula.

(Jornal dos Sports, 16/10/1945)

O ‘PATO’ PROMOVIDO A ‘EMBAIXADOR’ DE ‘BOA VIZINHANÇA’

“A nota curiosa do ‘clássico’ Botafogo x Vasco foi dada pelos cruzmaltinos, antes do início do prélio. Referimo-nos ao ‘Pato’ confeccionado com flores que Lelé, ‘captain’ do quadro de São Januário entregou no centro do gramado a Heleno, ‘captain dos alvinegros. A delicada lembrança do Vasco teve o dom de desanuviar inteiramente o ambiente, preparando o espírito de todos para que o prélio decorresse na mais completa ordem, quer dentro, ou fora de campo. Deste modo, o ‘Pato’ foi promovido a ‘embaixador’ de ‘boa vizinhança’, concorrendo com a sua presença para a cordialidade reinante entre os cracks. A gravura, fixa o momento da entrega do ‘Pato’ a Heleno, vendo-se ainda Lelé, Sarno e Laranjeira”.

(Esporte Ilustrado, 25/10/1945)

Poleiro de PATO não é o Chão...

“No clássico Botafogo F. R. x C. R. Vasco da Gama, causou excelente impressão, pelo sabor de humorismo e de confraternização esportiva, a oferta dos vascaínos aos botafoguenses, de um belíssimo ‘Pato Donald’, de flores.

Como se sabe, o desenhista Mollas [nota: o argentino Lorenzo Molas], aproveitando a genial criação de Walt Disney, fez do Pato o símbolo do Botafogo F. R., ideia que foi aceita unanimemente. Daí a iniciativa do Vasco da Gama.

Acontece, porém, que o ‘Pato’, ao ser exibido, ficou repousando sobre um banco de longas pernas. E ao se findar o jogo, no qual os cruzmaltinos passaram duros momentos, empatando-o, um torcedor, alvinegro por certo, lembrou-se daquela canção popular carnavalesca que para representar a inferioridade de muita gente dizia ‘que poleiro de pato é o chão’... E esse torcedor disse: – É... O Vasco não acreditou naquele banco... Aquele banco o Botafogo botou lá pra mostrar que poleiro de ‘Pato’ não é o chão...”

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