pesquisa de Claudio Falcão
Fiolo, em foto de 1972 |
O Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, na capa de sua edição de 20 de fevereiro de 1968, noticiou assim o extraordinário feito do nadador botafoguense José Sylvio Fiolo, natural de Campinas (SP), que batera na véspera o recorde mundial dos 100m nado de peito, constituindo-se no terceiro atleta brasileiro a conquistar uma marca mundial na natação, depois de Maria Lenk (1939) e Manuel dos Santos (1961):
Fiolo é Recordista Mundial
“Mesmo sem conseguir uma saída perfeita, o brasileiro José Sílvio Fiolo bateu ontem à noite, logo na primeira tentativa na piscina do Guanabara, o recorde mundial dos 100 metros, nado de peito clássico, obtendo o tempo 1m6s4, e superando assim em três décimos de segundo a marca do soviético Vladimir Kucinks, que era de 1m6s7.
Logo após o êxito em sua tentativa, Sílvio Fiolo revelou que vai treinar intensamente para superar agora a marca dos 200 metros...”.
No corpo do jornal, à página 24, assim informou o nosso JB:
Fiolo bate recorde dos 100 e já pensa nos 200m (*)
“O nadador brasileiro José Sílvio Fiolo bateu o recorde mundial dos 100 metros, nado de peito clássico, logo na primeira tentativa que fez ontem à noite, na piscina do Guanabara, obtendo o tempo de 1m6s4 – o recorde anterior pertencia ao soviético Vladimir Kucinks, com 1m6s7 – e disse, depois da prova, que agora vai tentar melhorar a marca mundial dos 200 metros, no mesmo estilo, até a época dos Jogos Olímpicos, no México.
O técnico Roberto Pavel pediu ontem a Sílvio Fiolo, minutos antes da tentativa, que não forçasse muito o ritmo durante os primeiros 50 metros – que ele passou em 31s4 – para que depois da virada ainda encontrasse bastante resistência para cobrir os últimos metros. Esta modificação no estilo, segundo Pavel, foi que permitiu a melhoria do recorde, corrigindo o único defeito que Fiolo tinha”.
O técnico Roberto Pavel pediu ontem a Sílvio Fiolo, minutos antes da tentativa, que não forçasse muito o ritmo durante os primeiros 50 metros – que ele passou em 31s4 – para que depois da virada ainda encontrasse bastante resistência para cobrir os últimos metros. Esta modificação no estilo, segundo Pavel, foi que permitiu a melhoria do recorde, corrigindo o único defeito que Fiolo tinha”.
E mais adiante:
“A fim de esclarecer a controvérsia sobre a sua idade, Fiolo afirmou que tem 17 anos e que no próximo dia 2 de março completa os 18”.
E concluiu assim:
COMEMORAÇÃO
“Antes de sair do Guanabara, um diretor do Botafogo, clube por onde nada Fiolo, convidou-o, juntamente com a imprensa e amigos irem até a sede do Mourisco tomar champanha, em comemoração.
Ao chegar à sede do Botafogo, Fiolo foi assistir ao filme da tentativa numa TV e todos os que lá estavam voltaram a aplaudi-lo na chegada. Em seguida, o nadador foi convidado para abrir a primeira garrafa de champanha e ele próprio serviu a taça de Pavel.
Ainda da sede do Botafogo, Fiolo telefonou para seus pais, que estão em Campinas. O pai de Fiolo ficou no Rio até anteontem e não pôde continuar por causa dos afazeres particulares”.
Homologação do recorde de Fiolo |
(*) – Nota: não é demais lembrar que Fiolo jamais conseguiu quebrar o recorde mundial dos 200m nado de peito, embora tenha sido recordista sul-americano e pan-americano da prova.
Cumpre salientar, que este recorde estabelecido pelo Fiolo, tempos depois foi anulado pela FINA, por conta de ter sido batido na piscina do Clube Guanabara que era composta por água salina, que interfere maximizando a performance de um nadador.
ResponderExcluirDesconhecia o fato, Mauro.
ExcluirVocê sabe de alguma publicação que tenha divulgado por aqui a anulação deste recorde?